




No fundo, o que está em causa (na problemática ambiental) é, nada mais nada menos, do que a base efectiva da própria crença no progresso, que alimentou as várias mitologias e narrativas, tanto sagradas como profanas, primeiro na Europa e depois em todos os continentes e culturas. Seremos capazes de atravessar esta tempestade de arrogância e desmesura? Seremos capazes de administrar correctamente o poder da técnica e da ciência, no sentido da maior justiça entre os humanos e do maior cuidado para com todas as outras criaturas que connosco partilham o tempo e o espaço? Seremos capazes de habitar sabiamente a Terra? Estas perguntas situam-se numa região-limite. Para elas não há uma resposta rigorosa, mas apenas o testemunho de uma aposta.
(...) A representação contemporânea da nossa crise ambiental e social global oscila, desta forma, entre a expectativa do pior e a esperança, (...) entre o risco do colapso e a perspectiva de uma mobilização planetária, capaz de assegurar, certamente num parto difícil e doloroso, a transição para uma sociedade, simultaneamente dinâmica e sustentável.
Viriato Soromenho Marques, Metamorfoses
(Professor Catedrático da Universidade de Lisboa, Coordenador da área de estudos
pós-graduados em Filosofia da Natureza e do Ambiente)
II
A nossa crise climática pode, por vezes, parecer-nos estar a acontecer lentamente, mas, na verdade, está a desenrolar-se muito rapidamente e tornou-se uma verdadeira emergência planetária.
A expressão chinesa para "crise" é formada por dois caracteres: o primeiro, é um símbolo de perigo e o segundo, um símbolo de oportunidade. A fim de enfrentarmos o perigo que nos espreita e de ultrapassá-lo, temos de reconhecer, em primeiro lugar, que estamos perante uma crise. Por que será, então, que os nossos líderes parecem não ver esses sinais de alerta? Estarão a resistir à verdade, porque sabem que no momento em que a reconhecerem terão de enfrentar o imperativo moral de agir? Será apenas mais simples ignorar os avisos?
Talvez, mas as verdades inconvenientes não desaparecem apenas porque não são vistas. De facto, quando não lhes damos resposta, a sua relevância não diminui, aumenta.
Al Gore , Uma Verdade Inconveniente
III. Lixo cósmico aumenta:
A rede de satélites de telecomunicações em órbita da Terra tende, a médio prazo, a densificar-se consideravelmente, sobretudo com o aumento previsto da participação europeia no lançamento de novos satélites empregando tecnologia de ponta, o que, além dos muitos benefícios, acarreta também algumas desvantagens…Se é verdade que o lançamento desses satélites contribui para a melhoria da cobertura mundial de circuitos de voz e dados, também é verdade que daí resulte um congestionamento da órbita terrestre, repleta de satélites activos e detritos de missões antigas.Cerca de 80% de todos os objectos identificados em órbita ocupam a LEO (Low Earth Orbit, isto é, órbita terrestre baixa), que se estende a 2000 quilómetros acima da superfície do planeta. Os satélites artificiais usados para observar a Terra, por exemplo, necessitam, para cumprir a sua missão, de se situar a essa baixa altitude.O observatório da ESA, no arquipélago das Canárias, possui equipamentos dedicados à busca, acompanhamento, identificação e catalogação deste aspecto menos glorioso da exploração espacial: o lixo cósmico.
in Espacial News (notícias)
Jorge:
Antes de mais, quero felicitá-lo por ter sido o primeiro formando a participar nesta Plataforma de Comunicação; é no escasso tempo que me resta que a vou construindo, pouco a pouco, esperando que ela sirva de apoio aos formandos e que possibilite uma rápida comunicação, capaz de satisfazer carências pontuais ,sentidas ao longo da frequência dos Cursos.
Quanto à ideia de desenvolver um trabalho em torno desse tema, acho que é viável e que pode, desde já, ir recolhendo alguma informação. Fica o meu compromisso de que procurarei orientações adicionais sobre essa matéria, junto da mediadora da vossa turma.
Continue a participar e obrigada pelo estímulo.






Este blog está a ficar muito interessante!
ResponderExcluirA imagem (NASA) do "lixo cósmico" que envolve o planeta, era exactamente a esta que me referia na aula anterior. Talvez seja um tema a desenvolver num próximo trabalho.